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Mostrando postagens de fevereiro, 2007

Aniversário

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ANIVERSÁRIO No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu era feliz e ninguém estava morto. Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer. No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma, De ser inteligente para entre a família, E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças. Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida. Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo, O que fui de coração e parentesco. O que fui de serões de meia-província, O que fui de amarem-me e eu ser menino, O que fui --- ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui... A que distância!...(Nem o acho...) O tempo em que festejavam o dia dos meus anos! O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa, Pondo grelado nas paredes... O que e
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Tão estranha é a nossa convivência com as outras pessoas. Por mais que cuidemos, por mais que nos esforcemos, nunca saberemos quando uma pessoa vai te ser fiel, ou não. Judas traiu jesus com um beijo. Esta atitude é interessante pois só podemos ser traídos por nossos amigos, por pessoas próximas. De pesssoas estranhas ou dos inimigos não costumamos esperar nada, mas dos amigos, quanto mais próximos, mais esperamos alguma consideração. Infelizmente, sempre existe em nossas vidas os tais Judas com seus beijos fatais.

Arteanda

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By Giuliano F. Miotto O Homem-matéria grita no espaço; Forma confusa, ao mundo comove, Cor profunda, sentimentos remove. A tez macia reflete um cansaço, O arco-íris desprende das mãos, Diletantes do cuidadoso artesão. O desenho leniente replege anseios, Arremeça sonhos em luas brilhantes, Arrefece a sina amarga, estafante. Linhas que contêm tristes devaneios, Nuanças distorcidas de aço e cabelo, Aquarela gemendo no mundo singelo. E o homem-matéria se dissolve no solvente, Vira a alegoria sintética da folha de papel, Ampliando os efeitos do firme pincel.

Os 300 de Esparta

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Há uns quatro anos, mais ou menos, li um livro chamado “Portões de Fogo”, escrito por Steven Pressfield, no qual é relatada, de forma romanceada, a famosa Batalha de Termópila, onde trezendos guerreiros espartanos liderados pelo rei Leônidas conseguiram segurar no desfiladeiro de Termópila, por sete dias, mais de dois milhões de combatentes do império persa. Tempo suficiente para o exército grego se reorganizar e repelir a invasão do rei Xerxes em 480 a.C.: A história é contada sob a perspectiva de um dos guerreiros espartanos que fora capturado pelos persas, como se ele estivesse sendo inquirido pelo próprio Xerxes. O qual, questionado acerca do Rei Leônidas (comandante do exército espartano), responde o seguinte: “Vou dizer a vossa Majestade o que é um rei. Um rei não enfrenta o perigo dentro de uma tenda, enquanto seus homens sangram e morrem no campo de batalha. Um rei não janta enquanto seus homens passam fome, nem dorme quando eles estão vigiando sobre o muro. Um rei não exige a
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Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer a razão do meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida ... Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! "Tudo no mundo é frágil, tudo passa ... "Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, digo de rastros : "Ah ! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..." Florbela Espanca Livro de Soror Saudade (1923)